Monopólio do transporte coletivo

Texto atualizado do original escrito por mim em Outubro de 2007.

Monopólio do transporte coletivo

Os usuários do transporte coletivo de Cachoeirinha sofrem com um problema grave: o monopólio no serviço público de transporte. Pois somos vítimas do péssimo serviço prestado pela Vicasa, Ops! Transcal.

A falta de ônibus nos horários de rush e o sucateamento da frota da Vicasa, Ops! Transcal, transformam a vida dos usuários do transporte coletivo de nossa cidade em um verdadeiro inferno.

Para se ter uma idéia, de como o assunto transporte coletivo é debatido no país, em 1975, o Grupo Executivo de Integração da Política de Transportes - GEIPOT, criado pelo governo federal em 1965, enfatizava que as características dos ônibus urbanos eram causa da péssima qualidade dos serviços nas principais regiões metropolitantas do país. Pouco depois, iniciou-se o Projeto Padron, destinado a assegurar uma série de especificações mínimas dos ônibus urbanos, especificações que já eram, então, comuns nos países sérios. Em 1979, o GEIPOT publicou uma lista de especificações básicas em consonância com padrões internacionais. Todos os requisitos foram aceitos pela indústria brasileira! Na sequência, foram fabricados protótipos, testados em várias capitais do país.

Nas especificações do projeto Padron de 1979, se decidiu que os ônibus deveriam ter os seguintes itens de série: transmissão automática, direção hidráulica, suspensão pneumática, uso de sistemas redutores dos níveis de ruído e das emissões poluentes, 35 centímetros de altura do primeiro degrau, no mínimo duas portas de 1,20 metro de largura e, em alguns modelos, três, sendo uma de 1,70 metros, pneus radiais, aumentando a segurança e diminuindo os custos por quilômetro rodado, e carrocerias fabricadas com materiais que asseguravam a redução do peso combinado com o aumento da resistência à deformação, à corrosão e á fadiga (vida útil minima de 10 anos). Somando a isto, as novas especificações deste projeto aumentavam em muito o a a versatilidade para fazer curvas mais fechadas, se fazendo adaptar ao meio urbano, assim como a ventilação forçada de ar.

A adoção desses requisitos resultavam em aumento acentuado dos níveis de conforto dos passageiros e motoristas, e para comprová-lo basta, por exemplo, circular em ônibus urbanos em Curitiba. Pois a transmissão automática impede as arrancadas bruscas que tanto maltratam os passageiros da região metropolitana de Porto Alegre, e a suspensão pneumática evitaria que a viagem se torne um permanente chacoalhar de ossos e mentes, que deixa a todos os usuários exaustos e estressados.


Já em 1982, os protótipos da série Padron começaram a ser adotados em São Paulo e, um ano depois, na cidade do Rio de Janeiro. Em Curitiba (sempre na vanguarda do transporte coletivo no país), com a instalação da fábrica da montadora Volvo, a cidade adota ônibus articulados e também veículos com portas em ambos os lados.


As portas mais largas e os degraus mais baixos não apenas aumentavam o conforto dos passageiros mas, também, reduziam de forma significativa o tempo despendido nas viagens. Todo esse conjunto resulta em melhoria significativa da qualidade de vida, que é o que diferencia os países sérios do nosso e de outros países de "economia periférica".

É uma vergonha que em Cachoeirinha, uma das maiores economias do estado e respectivamente uma das passagens mais caras da região, sejamos obrigados a aturar o monopólio que maltrata seus usuários.

Até quando iremos aceitar que a Vicasa, digo Transcal não renove sua frota de ônibus articulados, que tem capacidade de levar mais passageiros sentados? Pois este tipo de veículo está sendo deixado de lado pela empresa. Sendo que este tipo de veículo é o mais adequado para suprir a demanda dos usuários de nossa cidade e está sendo deixado de lado possivelmente pelo custo mais elevado de aquisição ( o que não ocorre em Curitiba, aonde existem ônibus até com duas articulações, quase um trem!!).

Até quando iremos aceitar voltar para casa, depois de um longo dia de trabalho e ter de vir de pé, prensado devido a superlotação, pois nos horários de rush não há ônibus suficientes para atender a demanda. Até quando?

Até quando os cadeirantes irão contar com a sorte para poder pegar um ônibus para poder ir a Porto Alegre e sem saber em qual horário irá ter outro coletivo para voltar? Sendo que ao sair de Cachoeirinha ele faz a linha Fátima por exemplo e ao voltar faz a linha Parque da Matriz.

Pois no site da Vicasa, Ops! Transcal não existe os horários e linhas dos ônibus adaptados para uso dos cadeirantes.

                                          Foto: André Guterres

Cadeirante no centro de Porto Alegre tendo de entrar pela porta traseira do ônibus normal e sendo auxiliado pelo cobrador e um passageiro para subir as escadas do coletivo

Muitos ônibus em Porto Alegre possuem ar-condicionado, câmbio automático e suspensão a ar. Isto há anos!!! Quando os usuários de Cachoeirinha vão ter esse benefício? Quando teremos ônibus limpos em nossa cidade? Quando irá acabar os fiscais que passam a roleta mesmo com o ônibus lotado e sujando as roupas das pessoas de barro nos dias de chuva?

Bom, pelo "andar da carruagem", quando os ônibus de Porto Alegre, utilizarem projetores gravitacionais para se deslocar, quem sabe, teremos ar-condicionado nos ônibus que atendam a nossa cidade.

Se você está cansado do péssimo transporte público intermunicpal de Cachoeirinha, reclame para a Metroplan: 0800-5104774 (LIGAÇÃO GRATUITA) ou pelo e-mail: saac@metroplan.rs.gov.br. Caso a reclamação seja do transporte urbano em nossa cidade, contate a Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte: 51- 3041-6225 ou pelo e-mail: transito@cachoeirinha.rs.gov.br.

Se você quiser registrar a sua reclamação para a Vicasa, digo Transcal, mande um e-mail para atendimento@transcal.com.br ou pelo telefone (quando se consegue ser atendido) 51-3469-6060.

Faça valer seus direitos de cidadão.